Coordenação Geral Pedagógica
Mariana Pinho
Roteiro
Talita Mendes
Edição de Áudio
Fernando Cesar
Arte
Thaluan Esgalha
Trilha Sonora e SFX
Envato Elements
Produção Executiva
Julia Carion
Gerente de Projeto
Claudio Mendes
Cientistas Especialistas
Andrea Da Poian – Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo De Meis/UFRJ
Mônica Lima e Souza – Instituto de História UFRJ
Vinícius São Pedro – Centro de Ciências da Natureza/ UFSCar
Professores Colaboradores
Elisângela Carvalho
Manuel Gomes Neto
Paula Ramalho
*O Podcast PERAÍ — produzido em 2023 em parceria com estudantes e professores da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo — é derivado da revista Ciência Hoje das Crianças, uma publicação do Instituto Ciência Hoje.
Já ouviu falar nos quítons? São moluscos marinhos que apresentam oito placas calcárias na região dorsal. São primos dos polvos, das lulas e dos caracóis. O que os diferenciam desses seus parentes mais conhecidos é o fato de não terem olhos nem tentáculos. São, para muitos, bichos bem esquisitos, com características que lembram os fantásticos vampiros!
Sim, sabemos que vampiros não existem. Mas os quítons são reais! E sabe por que eles são comparados aos imaginários seres da noite? É que, assim como os vampiros, eles apresentam hábito noturno. Durante o dia, se escondem embaixo do solo rochoso, fixando-se com a ajuda do pé musculoso que têm.
O cardápio dos quítons não inclui sangue fresco, mas o que estiver grudado no solo. Seu alimento preferido são as microalgas, que eles raspam com a ajuda da rádula, uma língua modificada cheia de dentinhos – eis aí outra característica que rende a eles o apelido de vampiros vegetarianos dos mares.
A poluição do ambiente, como o lançamento de lixo na praia e o esgoto escoando para o mar, aumentam as chances de que animais pouco conhecidos do litoral brasileiro, como os quítons, possam ser extintos antes que se tenham melhores informações sobre eles.
Menos pela nossa curiosidade e mais pelo equilíbrio da vida em nosso planeta, nós, humanos, precisamos rever os nossos hábitos. Afinal, esse espaço não é mais nosso do que de outras espécies. Não é mesmo.
Você sabe diferenciar sapo, rã e perereca? Pois existem algumas particularidades de cada um: sapos têm pele áspera, enquanto rãs e pererecas têm pele lisa e úmida, por exemplo. E, entre as pererecas, existe uma espécie para lá de comunicativa: a Hylodes japi é capaz de utilizar pelo menos 18 tipos de comunicação visual!
Hylodes japi tem muitas formas curiosas de comunicação visual, inclusive inflar seu saco vocal sem produzir som algum. (foto: Fábio de Sá e colaboradores)
H. japi é encontrada apenas na Serra do Japi, na cidade de Jundiaí (SP), e faz parte do grupo de cinco espécies de Hylodes originadas do mesmo ancestral em comum. Tem apenas 2,5 centímetros de comprimento e, diferentemente da maior parte dos sapos, pererecas e rãs, tem hábitos diurnos. Graças a eles, enxerga melhor e desenvolveu diversas formas de se comunicar com seus semelhantes.
Segundo os cientistas, entre as 18 formas de comunicação descobertas até agora estão maneiras de dizer, por exemplo, que um território já foi dominado. Para isso, basta a Hylodes japi andar fazendo paradinhas, acenar com as patas dianteiras e levantar as traseiras para que as outras entendam o recado.
Quando o objetivo de um macho da espécie (sim, eles existem!) é atrair uma fêmea, H. japi pode levantar e abaixar a cabeça para mostrar interesse, ou usar o mesmo sinal para pedir a outros machos que saiam da sua área. Na hora do namoro, a fêmea encosta a cabeça nas costas do macho para disparar um canto especial dele.
Observe o canto e os movimentos da perereca:
O som vem do saco vocal do animal, que tem uma característica especial. “A espécie apresenta saco vocal duplo, e o macho pode inflá-lo para apenas um dos lados, de acordo com a posição de um intruso ou da fêmea”, conta Fábio de Sá, biólogo do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista que descreveu a espécie.
Outra novidade é que os machos Hylodes japi podem inflar seus sacos vocais sem emitir sons, diferentemente da maior parte dos anuros (anfíbios sem cauda). Esta é mais uma forma de comunicação visual. “Quanto mais as estudamos, mais percebemos o quão complexa é a comunicação dessas pererecas com as outras”, festeja o cientista.
I
raízes aéreas
cipós se entrelaçam
novelos do ar
II
ar puro das matas
fungos matizam os troncos
naturais pinturas
III
Pássaros
Penugem lisa,
canto arfante,
carne pouca.
Ossos ciscam,
saltitam silentes,
quase invisíveis
no ligeiro voo,
leveza e mistério.
Do outro lado,
ronca o tucano,
negras asas ruflam,
branco peito desliza.
Asas planam,
assovio,
o bico releva o voo,
rompe e abusa do ar.
I
Da vizinhança
Debaixo do alvo tanque
Coaxa o sapo cantor
Devora a água lavada
Espia o ralo só
Em cima do alvo tanque
Arregala-se a lagartixa
Goteja olhos sedentos
Emudece com a torneira vazia
Enquanto dança a lagartixa
O sapo canta
Conversa de vizinhos
Papo de seca
II
Vendo
uma folha de papel
para a sua história
um sopro de sementes
para o seu quintal
uma vagem de grãos
para a sua sopa
uma rede de fibras
para o seu sono
vendo o vento
Será que peixe toma banho? A resposta provável é não, já que eles vivem imersos na água. Mas saiba que os seres marinhos também têm seus hábitos de higiene. Alguns bichos, inclusive, contam com a ajuda de outros nessa tarefa!
A “simbiose de limpeza”, como os cientistas gostam de chamar, é uma prática comum entre os habitantes do mar. Os responsáveis pela faxina são pequenas espécies que realizam a higiene de seres maiores. “Os limpadores podem ser peixes ou camarões e alguns dedicam sua vida toda à higiene de outros”, conta a bióloga Roberta Bonaldo, da Universidade de São Paulo.
O peixe-neon (Elacatinus phthirophagus), espécie de limpador comumente encontrada no Brasil, limpa uma moreia verde (Gymnothorax funebris). (foto: João Paulo Krajewski)
Nessa interação, os dois lados saem ganhando: os grandões se beneficiam do serviço de limpeza, enquanto os pequenos limpadores saem de barriga cheia.
Limpadores são muito importantes para manter o equilíbrio dos recifes de corais. Com sua mania de limpeza, eles retiram parasitas, muco e células mortas de seus clientes – é com esses materiais, eca!, que eles se alimentam.
Durante o dia, raia-manta (Manta sp.) é higienizada por peixes limpadores para remover parasitas e outros rejeitos. (foto: João Paulo Krajewski)
Entre os animais que se beneficiam da limpeza estão raias, tubarões e outros grandes peixes, além das tartarugas marinhas. Geralmente, eles já sabem onde encontrar os limpadores. Então, se aproximam e sinalizam que gostariam de uma boa faxina.
“A sinalização normalmente é feita pelo cliente, adotando uma postura diferente ou mudando de cor”, explica Roberta. “Alguns animais deitam de lado ou se inclinam durante o processo, outros apenas abrem a boca para facilitar a entrada dos limpadores”. Que folga, não acha? E os grandalhões gostam mesmo do serviço. Além de, claro, saírem limpinhos, eles parecem adorar a sensação de ter os limpadores em ação. “É como se fosse um cafuné”, ilustra a bióloga.
Peixe-néon repousa sobre os corais depois de um dia cheio de serviços de limpeza. Por causa de sua beleza, peixes desse tipo são muito procurados para criação em aquários, o que pode ameaçar sua presença na natureza. (foto: João Paulo Krajewski)
Segundo Roberta, geralmente as faxinas acontecem durante o dia, mas algumas espécies também fazem isso à noite: foi o que ela descobriu durante um mergulho noturno em Bali, na Indonésia, quando observou um camarão fazendo limpeza em um peixe.
“Isso foi surpreendente porque, durante a noite, os clientes dormem e, portanto, não solicitam o serviço de limpeza”, destaca. Aposto que eles não têm do que reclamar – afinal, quem não gosta de um cafuné na hora de dormir?
*Os desenhos devem ser feitos em papel A4 e postados em envelope A4, sem dobras.
*Os desenhos devem ser postados até o dia 15 de setembro de 2013, para a redação da CHC Online: Avenida Venceslau Brás, 71, fundos, casa 27, Botafogo, Rio de Janeiro/RJ, CEP 22290-140.
*Os desenhos serão avaliados por uma comissão composta pela equipe da CHC, junto com o autor do livro e um representante da Editora Paulinas.
*O autor do desenho escolhido ganha um exemplar autografado do livro Mitos e Lendas do Folclore do Brasil e uma assinatura digital da CHC online; além de ter seu desenho exibido na CHC Online.
* Para participar é preciso ter entre 8 e 14 anos de idade.
Quem maltrata a natureza
Vai despertar toda a ira
Da criatura selvagem
Que se chama Curupira,
E se perderá na mata
Quem acha que isso é mentira!
Esse verdadeiro herói,
Com pés virados pra trás,
Protege a natureza,
Árvores e animais
De qualquer humano intruso
Que venha tirar-lhe a paz.
As pegadas invertidas
Servem para confundir,
Pois os caçadores voltam
De onde devem seguir
E isso deixa o Curupira
Quase morrendo de rir.
Antes que uma chuva forte
Desabe com violência,
Ele ronda cada árvore
E, na maior paciência,
Bate o tacape no tronco
Pra testar a resistência.
O seu primo Caipora,
Um peludo índio anão,
Monta um porco-do-mato
E o ajuda na missão
De fiscalizar quem entra
Na mata sem permissão.
Quando um assobio agudo
Ecoa pela floresta,
A natureza agradece
Fazendo uma grande festa,
Pois sabe que alguém vigia
O muito pouco que resta.
Texto de Mario Bag. Mitos e Lendas do Folclore do Brasil. Paulinas Editora.
SÃO PAULO
Dia 8, às 16h, Livraria da Vila Shopping Pátio Higienópolis: Contação de história infantil Como nasceram as estrelas, com Julio Cesar (Av. Higienópolis, 618).
Dia 9, às 16h, Livraria da Vila Shopping JK Iguatemi: Contação de história infantil A vida íntima de Laura, com Julio Cesar (Av. Juscelino Kubitschek, 2041, Itaim Bibi).
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Shopping Morumbi: Contação de história infantil a vida íntima de Laura, com Marinela Muto (Av. Roque Petroni Jr, 1089).
RIO DE JANEIRO
Dia 8, às 11h30, Livraria da Travessa de Ipanema: Contação de história infantil A vida íntima de Laura, com Kika Farias (R. Visconde de Pirajá, 572).
Dia 8, às 17h, Instituto Moreira Salles: espetáculo que mistura teatro de bonecos e música baseado nas obras O mistério do coelho pensante e Como nasceram as estrelas (R. Marquês de São Vicente, 476, Gávea). Distribuição de senhas 30 minutos antes. Idade mínima: 3 anos.
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Shopping Rio Sul: Contação de história infantil A vida íntima de Laura, com Flavia Reis (R. Lauro Müller, 116).
Programação Jardim Botânico (domingo, 9/12)
Entrada principal – Rua Jardim Botânico, 1008 – Junto ao Lago das Tartarugas
11h Oficina de livros de pano com Beth Araujo e Martha Loureiro, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
15h Contação de história infantil A vida íntima de Laura, com Flavia Reis.
16h Oficina de livros de pano com Beth Araujo e Martha Loureiro, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
RECIFE
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Shopping Recife: Contação de história infantil Como nasceram as estrelas, com Clécio Ernandes (R. Padre Carapuceiro, 777, Boa Viagem).
PORTO ALEGRE
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Praia de Belas: Contação de história infantil Quase de verdade, com Gabriela Araujo (Av. Praia de Belas, 1181, 2º Piso).
Dia 10, às 19h, Livraria Saraiva Praia de Belas: palestra “A obra infantil de Clarice Lispector”, com Ana Mariza Filipouski, doutora em Letras, e contação de história infantil A vida íntima de Laura (Av. Praia de Belas, 1181, 2º Piso).
BELO HORIZONTE
Dia 9, às 16h, Saraiva Diamond Mall: Contação de história infantil O mistério do coelho pensante, com Aline Cantia (Av. Olegário Maciel, 1600).
CURITIBA
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Crystal Plaza Shopping: Contação de história infantil A mulher que matou os peixes, com Larissa Lima (R. Comendador Araújo, 731, Batel).
FLORIANÓPOLIS
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Shopping Iguatemi: Contação de história infantil Como nasceram as estrelas, com Felícia Fleck (Av. Madre Benvenuta, 687, Santa Mônica).
BRASÍLIA
Dia 9, às 16h, Livraria Saraiva Shopping Patio Brasil: Contação de história infantil A mulher que matou os peixes, com Grupo Três Porquinhos (SCS/B – Lote A, Nível 1).
Zatiamáre e sua mulher, Kôkôterô, tiveram um casal de filhos: um menino, Zôkôôiê, e uma menina, Atiôlô. O pai amava o filho e desprezava a filha. Se ela o chamava, ele lhe respondia por meio de assobios; nunca lhe dirigia a palavra.
Desgostosa, Atiôlô pediu à sua mãe que a enterrasse viva, pois assim poderia ser útil aos seus. Depois de longa resistência ao estranho desejo, Kôkôterô acabou cedendo aos pedidos da filha e a enterrou no meio do cerrado. Porém, ali ela não pôde resistir, por causa do calor, e pediu à sua mãe que a levasse para o campo, onde também não se sentiu bem. Então, mais uma vez suplicou à Kôkôterô que a mudasse para outra cova, esta última aberta na mata, e ali sentiu-se à vontade. Então, pediu à sua mãe que se retirasse, recomendando-lhe que não voltasse os olhos ao ouvir seus gritos.
Depois de muito tempo, Atiôlô gritou e Kôkôterô voltou-se rapidamente. Viu, no lugar onde enterrara a filha, um arbusto muito alto, que logo se tornou rasteiro, assim que se aproximou. Tratou, então, da sepultura. Limpou o solo. A plantinha foi se tornando cada vez mais viçosa. Mais tarde, Kôkôterô arrancou do solo a raiz da planta: era a mandioca. O casal chamou-a de Ojakôrê; os Parecis, depois, deram-lhe o nome de Kêtê.
* Adaptado de ROQUETTE-PINTO, E. Rondonia: anthropologia – ethnographia. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; Academia Brasileira de Letras, 2005.
Enquanto o ornitomimossauro jovem possui penas curtas, o adulto tem penas longas e uma estrutura semelhante a uma asa, que exibe para conquistar um grande amor (Ilustração: Julius Csotonyi)
Você já deve ter ouvido falar que alguns bichos fazem de tudo para arranjar uma namorada. Os grilos cantam bem bonito, o beija-flor faz malabarismos e existe até um pássaro que constrói uma casa para impressionar a amada. Mas você sabia que truques assim já existem desde a pré-história?
É o que mostra uma pesquisa feita pela paleontóloga Darla Zelenitsky, da Universidade de Calgary, no Canadá. Ela estudou esqueletos de ornitomimossauros jovens e adultos que viveram entre 99,6 milhões e 65,5 milhões anos atrás. Os fósseis apresentavam penas bem preservadas e Darla não sabe se pertenciam a machos ou fêmeas, mas acredita que a principal função das penas era impressionar outro exemplar da espécie e conquistá-lo.
Encontrado em Alberta, no Canadá, o fóssil do ornitomimossauro apresenta penas muito bem preservadas (Foto: Royal Tyrrell Museum)
Segundo a pesquisadora, a diferença entre as penas do dinossauro adulto e as do dinossauro jovem serviram de alerta para a importância das estruturas no acasalamento. “Os fósseis jovens apresentavam penas curtas, enquanto os adultos, que já tinham idade para namorar, tinham penas longas e uma estrutura parecida com uma asa, mas que não servia para voar”, explica.
Outra novidade foi encontrar dinossauros com penas em regiões fora da China. “Foi uma surpresa encontrar no Canadá animais com penas tão preservadas, já que a maioria era achada quase sempre em depósitos de antigos lagos chineses”, completa Darla. Ela acredita que, ao longo de muitos e muitos anos de evolução, a estrutura que parecia uma asa deixou de ser usada para conquistar um grande amor e ganhou a função que conhecemos hoje: voar!
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