Um dos apetrechos tecnológicos mais legais das histórias em quadrinhos é o lançador de teias do Homem Aranha – fico pensando se não foi ele que inspirou um grupo de cientistas brasileiros a buscar uma forma de fabricar teias de aranha artificiais em laboratório. A pesquisa, realizada na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem como objetivo tornar possível a produção do material em larga escala.

Por sua enorme resistência e flexibilidade, as teias de aranha poderiam ter grandes aplicações em diversas áreas da vida humana, desde a medicina até a segurança pública – mas ainda não sabemos como produzi-las em larga escala de forma economicamente viável. (foto: 55Laney69 / Flickr / CC BY 2.0)
Teias de aranha são famosas por sua resistência e flexibilidade, mas é impossível criar aracnídeos em quantidade suficiente para uma aplicação industrial. Por isso, muitos cientistas buscam por formas de produzir versões sintéticas desse material. O grupo da Embrapa resolveu fazer isso com a ajuda de bactérias geneticamente modificadas.

Os lançadores de teia do Homem Aranha estão entre os apetrechos tecnológicos mais legais dos quadrinhos. Será que um dia veremos essa e outras possíveis aplicações das teias de aranha saírem do papel? (Imagem: Marvel Comics Database)
Os pesquisadores analisaram o genoma de cinco aranhas brasileiras para identificar e isolar os genes relacionados à produção da teia. Esses genes foram inseridos no DNA de bactérias, que passaram a produzir as proteínas necessárias para fabricar o material.
“Também desenvolvemos uma técnica que simula o trabalho da espirineta, órgão das aranhas que organiza as proteínas em fibras maleáveis e resistentes para formar as teias”, explica o geneticista Elíbio Rech, coordenador do estudo. Foram nove anos de trabalho duro, mas agora a equipe já consegue produzir materiais com diferentes propriedades de resistência e flexibilidade, de acordo com o tipo de uso que se deseja.
Apesar de terem dominado a técnica necessária para a produção das teias, a utilização de culturas de bactérias ainda torna o processo muito caro. “Por isso, temos pesquisado alternativas que possibilitem baratear essa produção”, conta Elíbio. “Esperamos aprimorar o processo, para finalmente possibilitar a produção em escala comercial.”
Então, será possível pensar na utilização dessas fibras e teias sintéticas para criação de produtos como coletes a prova de bala mais leves, parachoques mais resistentes e flexíveis e fios biodegradáveis para medicina. E, quem sabe, algum aspirante a Peter Parker não projeta um daqueles lançadores teia bacanas também, não é?
LT smce
Que interessante
Publicado em 11 de agosto de 2021
gustavo
muito enteressante tanbem queria que lançancen
Publicado em 27 de setembro de 2021